Jose Maria da Silva Paranhos, Barão do Rio Branco (1845-1912), foi um líder político brasileiro cujo sucesso na definição das fronteiras do Brasil durante os primeiros anos da República acrescentou extenso território à herança brasileira e removeu inúmeras causas de atrito internacional.
Um ex-membro do Instituto Geográfico e Histórico Brasileiro, Rio Branco aproveitou suas viagens pelo continente para visitar bibliotecas e museus e submeteu regularmente artigos históricos a periódicos brasileiros. Esta experiência foi inestimável para o trabalho diplomático posterior, pois ele desenvolveu habilidades linguísticas, contatos sociais e oficiais e uma afinidade para passar horas em estudos e pesquisas. Em março de 1893 Rio Branco representou o Brasil em uma antiga disputa de fronteira com a Argentina sobre a província de Misiones. Em 6 de fevereiro de 1895, o árbitro, o presidente americano Grover Cleveland, concedeu ao Brasil 13.680 milhas quadradas de território. Em dezembro de 1900, graças à cuidadosa pesquisa e apresentação do Rio Branco, o Brasil recebeu as 101.000 milhas quadradas da área do Amapá na fronteira Brasil-França. Ele foi nomeado Ministro da Alemanha em 28 de março de 1901, mas sua estadia lá foi curta, pois o Presidente Francisco Rodrigues Alves o convidou para se tornar Ministro das Relações Exteriores em julho do ano seguinte. Aceitando a posição, Rio Branco voltou ao Brasil pela primeira vez em 26 anos. Os anos no serviço externo do Rio Branco o haviam preparado particularmente bem para sua nova tarefa e ele tinha uma profunda compreensão da diplomacia tradicional do Brasil. Sua tarefa imediata em 1902 foi a demarcação das 9.000 milhas de fronteira mal definidas do Brasil, que atingiram todos os países da América do Sul exceto o Chile e representaram uma ameaça constante de conflito internacional. Seu problema mais premente foi a disputa entre o Brasil e a Bolívia sobre a área rica em borracha do Acre, onde os combates tinham começado quando ele tomou posse. Obtendo um cessar-fogo em 17 de novembro de 1903, ele negociou o Tratado de Petrópolis, que deu ao Brasil 73.000 milhas quadradas de território rico. Entre 1904 e 1909, Rio Branco ganhou decisões favoráveis em disputas de fronteira com Equador, Venezuela, Suriname, Colômbia, Uruguai e Peru. Em 15 anos ele havia definido as fronteiras brasileiras, causa de conflito durante 4 séculos, e acrescentou quase 340.000 milhas quadradas ao território nacional brasileiro. Além de seus famosos sucessos na fronteira, ele guardou ciosamente o mercado de café estrangeiro do Brasil e criou inúmeros legados diplomáticos brasileiros em todas as partes do mundo. Em 1905 ele garantiu um cardeal para o Brasil, que durante 30 anos foi o único país latino-americano que poderia se gabar de ter um alto funcionário da igreja. Rio Branco serviu quatro presidentes e não entrou na política nem se envolveu na política interna. Ele morreu no Rio em 10 de fevereiro de 1912, após um ataque uraêmico. O melhor trabalho em inglês sobre Rio Branco é E. Bradford Burns, The Unwritten Alliance: Rio Branco and Brazilian-American Relations (1966), que vai além do título e proporciona um bom tratamento biográfico.
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